DST’s

Por Ana Maria

Imagens: Divulgação

A s doenças sexualmente transmissíveis (DST), também conhecidas como doenças venéreas, tornaram- se problemas de saúde pública. Transmitidas através do ato sexual, compartilhamento de seringas e roupas íntimas, é preciso que haja a conscientização que o uso de preservativos é item indispensável em uma relação sexual e que o melhor tratamento contra as DSTs é a prevenção.

Dados do Ministério da Saúde (MS) revelam que 10,3 milhões de brasileiros já tiveram algum sinal ou sintoma de doenças, como: clamídia, sífilis, hpv, gonorréia e herpes genital, em um total de 6,6 milhões de homens e 3,7 milhões de mulheres. Segundo o MS, 18% dos homens e 14 % das mulheres não procuram nenhum tipo de tratamento. De acordo com o órgão, a região Norte tem o maior número de homens: 24,6% tiveram algum tipo de DST. Em outras regiões, o número não passa de 20%.

Segundo a pesquisa, o sexo masculino possui 31,2% mais chance de ter algum sinal ou sintoma de DST em alguma fase da vida através de relações com parceiro do mesmo sexo. De acordo com o MS, relações com o mesmo sexo, no caso masculino, mais do que dobra a possibilidade de contrair uma DST. Outro dado apontado na pesquisa é que pessoas que tiveram mais de 10 parceiros na vida possuem 65% a mais de chance de ter algum antecedente com DST.

Segundo o ginecologista Newton Sérgio de Carvalho, do Hospital Nossa Senhora das Graças, ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, não há maior incidência de DSTs nas classes mais carentes e também não depende de sexo, cor e idade. “A doença não está relacionada a classe social e sim da conscientização. As relações monogâmicas diminuem o risco de contrair doenças”, esclarece.

Para o ginecologista, é necessário que o Governo Federal, estaduais e ONGs invistam em programas de prevenção, para que a população perceba que é de extrema importância realizar o sexo seguro e que a camisinha é item obrigatório em uma relação.  Também é necessário fazer exames regulares para que, caso esteja contaminado, realizar o tratamento mais adequado para aquele tipo de doença.

Segundo normas do Ministério da Saúde, toda mulher ao descobrir que está grávida precisa fazer uma bateria de exames, entre eles, de algumas DSTs. O procedimento é uma forma de proteger o feto na hora do parto, caso a mãe seja portadora de doenças. “Algumas vezes a gestante só descobre que é portadora do vírus HIV ao realizar os exames obrigatórios”, revela o médico.

De acordo com o Dr. Carvalho, o fato de algumas DSTs não apresentarem sintomas, a não conscientização da importância do uso de preservativos aliado a falta de hábito que as pessoas têm de não fazer exames regulares ajudam na proliferação de doenças. É preciso que as pessoas tenham o conhecimento de que o uso da camisinha não deve ser apenas durante o período de penetração, mas também no sexo oral e durante o contato entre os órgãos, que acontece durante as preliminares. “Algumas DSTs são transmitidas independente se houve ou não a penetração. O hpv, por exemplo, se um dos parceiros estiver em período de contágio, apenas o contato entre os órgãos genitais pode ocorrer a contaminação”, explica o ginecologista.

Uma das grandes preocupações do órgão está relacionado a automedicação por parte de alguns portadores de doenças sexualmente transmissíveis, principalmente do sexo masculino. Segundo a instituição, 99% das mulheres que tiveram algum sintoma de DST procuraram primeiro um médico, entre os homens, 25% procurou primeiro uma farmácia. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece à população exames gratuitos para a detecção de doenças.

Banco Mundial

O Brasil e o Banco Mundial assinaram um acordo no valor de US$ 200 milhões em ações de enfrentamento à AIDS e de outras DSTs. Esta é a primeira vez em que o repasse de recursos é condicionado ao cumprimento de metas escalonadas até 2014. A parceria prevê US$ 67 milhões pelo Banco Mundial e uma contrapartida nacional de US$ 113 milhões. O acordo tem como objetivo à melhoria do acesso aos serviços de prevenção, diagnóstico e tratamento da AIDS e das DSTs.

O projeto Aids-SUS prevê, entre outras metas, o aumento do acesso ao diagnóstico e preservativos pelas populações consideradas mais vulneráveis – homossexuais, profissionais do sexo e usuário de drogas – além da expansão de testes entre gestantes para o HIV e também a sífilis.

Paraná

Com o desenvolvimento de medicamentos e a melhora na qualidade de vida de pessoas portadores do vírus HIV, fizeram com que o foco dos profissionais da saúde fosse mais amplo. É preciso identificar as pessoas que são soropositivas, mas que ainda não sabem. Segundo estimativa da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), cerca de 50 mil pessoas possuem o vírus e não sabem. A projeção do Sesa é que para cada doente de AIDS existam três pessoas infectadas pelo HIV. O fato das pessoas não saberem que possuem o vírus, aumentam as chances da doença disseminar. O diagnóstico precoce é importante para que o médico possa ajudar o paciente a retardar a passagem do quadro de HIV para AIDS, processo este que faz toda a diferença para que a expectativa de vida das pessoas contaminadas aumente.

No Brasil são 35 mil novos casos por ano, sendo que as regiões Sul e Sudestes lideram o número de infectados.

HPV

Foto: Ministério da Saúde

O Papiloma Vírus, também conhecido como hpv, se destaca como uma das DSTs mais comum no mundo. A cada ano o Ministério da Saúde registra cerca de 137 mil novos casos e a doença é responsável por 90% do câncer de útero no Brasil.

O Papiloma Vírus possui mais de 100 tipos. A forma visível da doença são verrugas, conhecidas popularmente como crista de galo, nas genitais masculina e feminina.

O Brasil é um dos países com maior incidência da doença, com destaque para mulheres entre 15 e 25 anos, embora também atinja os homens.

Clamídia

Estima-se que a clamídia seja uma das DSTs de maior incidência no momento, além de ser perigosa, já que se manifesta quando o órgão reprodutor está prejudicado, especialmente nas mulheres. Muito comum entre os adolescentes e adultos jovens, pode causar graves problemas à saúde. Corrimento e ardência ao urinar são alguns dos sintomas da doença. O não tratamento pode ocasionar infertilidade, doença inflamatória pélvica, infecção nos órgãos reprodutores.

HIV

HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da AIDS, o vírus ataca o sistema imunológico. Ser portador do vírus, não é o mesmo que ter AIDS. A transmissão ocorre através de relação sexual sem proteção, transfusão com sangue contaminado, compartilhamento de seringa, entre outras formas.

Ainda sem cura, os portadores do vírus utilizam-se de coquetéis de remédio que tem se mostrado eficiente e prolongado a vida de pacientes.

Sífilis

A doença pode se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que é mais contagiosa. Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o exame para detectar a doença, principalmente as gestantes, pois pode ocorrer má formação do feto e/ou morte ao nascer. Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas, que surgem de 7 a 20 dias após a relação sem preservativo. As feridas e as ínguas não doem, não coçam e não ardem. Mesmo sem tratamento, as feridas podem desaparecer, mas a pessoa continua doente. A opção mais correta é procurar atendimento médico.

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